Afrofuturismo pode se tornar o centro do debate racial
Autor: Igor Horbach Carvalho - estagiário de jornalismo
Pensar em um futuro em que a tecnologia predomina é o grande objetivo de atuais startups e grandes empresas do mercado nacional e internacional. Até mesmo as contribuições para que se torne possível a chegada da humanidade em outros planetas. A NASA, por exemplo, desenvolve o projeto de levar humanos a Marte, um dos planetas mais próximos a Terra, no Sistema Solar.
Mas, onde está o povo preto nessa história? “A gente não pensa no favelado lá em Marte”, questiona o rapper e multiartista Arkthur, durante a participação no programa Art& Cultura no dia 29 de maio. “Quando a gente assiste Star Wars, não pensamos na ausência de personagens pretos”, exemplificou.
Esse pode ser o novo centro do debate da luta racial, quando Arkthur propõe a reflexão através de seu trabalho musical “Tecnologia da Alma”, que chega às plataformas de música no próximo dia 06 de junho. O rap, sempre junto com as reflexões sociais, coloca em xeque a ocupação dos espaços pelos pretos e favelados.
“O que nós somos hoje, foi o sonho de alguém lá trás”, completa o multiartista ao falar sobre a responsabilidade dos sonhos e lutas atuais. “É o que vai refletir no nosso povo lá na frente”.
Akrthur ainda reforça que o papel da arte é justamente causar “indigestão” para fomentar discussões. “Quando a gente coloca as nossas questões, os nossos incômodos, somos relativizados. O que não quer dizer que vamos deixar de falar”, pontua.
Tendo iniciado sua carreira no teatro, Arkthur agora mergulhado na música, se apropria do Rap para amplificar o papel da arte periférica no combate ao racismo. A escolha do estilo se deu em dois pontos de partida importantes para o multiartista. Um deles, o lugar afetivo ao ser um dos ritmos o qual cresceu ouvindo, além do Trap e Funk. O outro é o público a qual se destina. “É onde eu me interesso falar. Eu sei com quem estou falando. É para nós”
Além de todas as questões raciais, o artista também trabalha a ibilidade da arte ao trazer a LIBRAS para os videoclipes, propondo uma reflexão mais dinâmica e debates mais concisos sobre a invisibilidade. “Ela está inserida na poesia do texto. Não queríamos só uma caixinha no canto.”
Assista ao programa completo no canal da TV Uninter.
Autor: Igor Horbach Carvalho - estagiário de jornalismoEdição: Larissa Drabeski